O melhor cover de Pink Floyd, ever!!!!

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Pessoal lá do Amazonas é que é feliz, pois tem a seu bel prazer a dupla mais power em fazer versões de músicas do Pink Floyd! Eu já virei fã do “baterista”. Assista, vc não irá se arrepender!

10 maneiras de segurar um microfone (para iniciantes)

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Por que não tiveram essa ideia antes. O vlogueiro Jared Dines compilou em um vídeo hilário maneiras que roqueiros e metaleiros tem na hora de empunhar um microfone e encarar a plateia para passar o recado. Logo na primeira posição, T-Rex, não dá para não rir. Confira!

James Brown – Trailer Legendado Oficial da Cinebiografia

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Saca Groove? Funk? Swing? Balanço? Ritmo?

Pois a personificação de tudo isso se dá em James Brown, o cara que mudou a música pop nos anos 1960! A Universal lançou o trailer oficial da cinebiografia do cantor, conhecido por Mr. Dynamite (e também por Soul Brother Number One, Sex Machine, The Hardest Working Man in Show Business, The King of Funk, Minister of The New New Super Heavy Funk, Mr. Please Please Please Please Her, I Feel Good, The Original Disco Man5 e principalmente The Godfather of Soul (“O Padrinho do Soul”). No livro “Sweet Soul Music” de Arthur Conley, ele é descrito como King of Soul (“Rei do Soul”)).
Mais do que escrever sobre Brown, o melhor é ouví-lo. Então dá um clique para conferir o trailer e vá buscar na rede as músicas para alegrar seu dia!
O filme está previsto para 5 de fevereiro de 2015 e traz no elenco o ator Chadwick Boseman dando vida a James Brown na telona!

Veja o cartaz nacional do filme

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Abbey Road dos Beatles – 45 anos depois

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Fãs do quarteto de Liverpool se reuniram na faixa de pedestres mais famosa do mundo nesta sexta-feira, 8 de agosto, para celebrar os 45 anos da realização da foto clássica do álbum Abbey Road, o 12º e último disco gravado pelos Beatles. Atores do musical Let it Be cruzaram a rua para reproduzir a capa do álbum, que traz John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison atravessando a rua.

A fotografia da capa do álbum Abbey Road é uma das mais icônicas da cultura pop. Clicada em 8 de agosto de 1969, pelo fotógrafo Iain Macmillan, a imagem já foi parodiada dezenas de vezes.
A sessão demorou apenas dez minutos e meia dúzia de fotografias foram tiradas.AbbeyRoad foi lançado pelos Beatles em 26 de setembro de 1969 e teve o mesmo nome da rua londrina onde se situa o estúdiodaEMI, que passou a sechamarAbbeyRoad após o disco. Confira as fotos dos bastidores da sessão que gerou a capa.

A abbey Road atualmente em um dia normal
A abbey Road atualmente em um dia normal

Clique e veja no Google Maps

Os Beatles nessa época como grupo, internamente, já estava destroçado. O álbum foi o canto do cisne dos rapazes. Todos sabiam que aquele era o último disco e que a banda haveria de acabar após o feito. Paul é quem comandava a maioria das atividades do grupo, mas nada era muito fácil. E foi justamente McCartney quem teve a a ideia e iniciativa de fotografar naquela faixa de pedestres.

Rascunho original feito por McCartney  para a foto
Rascunho original feito por McCartney para a foto

Antes mesmo de iniciar a sessão, Paul fez uma foto da rua vazia… abbey-road-empty-690808-580x389

Foram realizadas seis fotos para a tomada de capa… apenas seis tentativas para criar um clássico

 

Não há turista que passe por ali que não faça uma foto, refazendo os passos de Lennon, Starr, McCartney e Harrison… Até mesmo eu fiz uma, claro…

Sal atravessando a rua Abbey
Sal atravessando a rua Abbey

Dia do Rock – Top 5 Melhores Riffs de Rock

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Comecei a ouvir rock na década de 1970, quando criança. Na vitrola ou no rádio muito Roberto Carlos, Erasmo, Secos e Molhados, Raul Seixas, Rita Lee, Elvis Presley, Beatles e Rolling Stones. Na época nem sabia o que era um riff de guitarra, mas me chamava a atenção o solo de guitarra mágico, repetitivo e marcante de (I Can’t Get No) Satisfaction”. Porém, esse som de guitarra, tão característicos no rock, me fez me aprofundar cada vez mais no rock’n’roll! Abaixo, listo os meus cinco (A lista poderia ser bem mais extensa) “riffs” preferidos!!!

Satisfaction – The Rolling Stones

Day Tripper – The Beatles

Whole Lotta Love – Led Zeppelin

Back in Black – AC/DC

Foxy Lady – Jimi Hendrix

 

Ariston Sal Junior
Que acha Keith Richards o maior “riffeiro” de todos os tempos

Porque todo dia é dia de Rock

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No princípio criou Deus a guitarra, o contrabaixo e a bateria… A música já possuía formas, mas para muitos jovens era vazia; e havia trevas sobre a face dos ritmos existentes. Disse Deus: haja rock.E houve rock. Viu Deus que o rock era bom; e fez separações entre os instrumentos e o papel de cada integrante. E Deus chamou o ritmo de rock’n’roll. E foi a tarde, a manhã e a noite, o dia primeiro. 13 de julho de 1954.

O rebento ainda sem nome apareceu no cenário do Pós-guerra, na virada dos anos 1940 aos 1950. O filho bastardo da música country americana com o blues dos negros começou a ser tocado nas rádios do Sul dos Estados Unidos, caminhando a passos tímidos, rompendo barreiras. O primeiro disco considerado rock’n’ roll foi gravado pelo grupo The Crows, em 1951, com a canção “Gee”, três anos antes do gênero receber nome. Foi o disc-jóquei Alan Freed, em 1954, que criou um festival chamado Rock’n’roll Jubilee, e batizou a criança.

Desde então, o rock se rebelou, amadureceu e cresceu. Cresceu tanto que dos primórdios com Chuck Berry até hoje, tudo mudou. O cenário, os artistas e a forma de comercialização da música sofreram impactos. Veja a digitalização e as formas que consumimos música atualmente. I-pod, internet, MP3, diversas mídias, inúmeras possibilidades.

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A década de 1950 é fundamental ao estilo. O rechonchudo Bill Halley com seus Cometas, Chuck Berry, Little Richards e Jerry Lee Lewis, deram o pontapé inicial incendiando com seus gingados, riffs de guitarra e solos de piano o coração dos jovens americanos ávidos por uma trilha que embalasse espíritos inquietos. Na cola desses pioneiros, surgiram os Beatles, Rolling Stones, Bob Dylan, The Doors, Led Zeppelin, The Who, Pink Floyd, Queen, U2, The Smiths, The Cure, David Bowie, Iggy Pop, Pearl Jam, Nirvana.

Com um motorista de caminhão, caipira, nascido em East Tupelo, no Mississipi, o rock se consolida como fenômeno para as massas. Ao fazer uma jam-session com a canção “That’s All Right Mama”, com mais dois músicos que o acompanhavam, no dia 13 de julho de 1954, lançou a pedra fundamental do ritmo. Daí a escolha da data para, em 1985, lançar o mega-evento Live Aid.

Desde então, o filho bastardo, gerado após a bomba atômica, e que pregou a paz e o amor, ganhou status. Transgressor na essência, rebelde até a medula, o rock dita moda, influencia comportamentos, embala romances, foi trilha sonora no Vietnã, criou os hippies, morreu, renasceu das cinzas e se reinventou. Ah! O motorista caipira atendia pelo nome de Elvis Presley, mas isso é uma outra história.

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por Ariston Sal Junior

Campanha da Kiss FM – Simplesmente demais

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Quem assistir pode não concordar comigo, beleza, seguiremos numa boa, mas não posso deixar de comentar aqui que eu achei a ideia da da nova campanha publicitária da Rádio Kiss FM muito criativa e maravilhosamente executada. Sem contar que eu fiquei arrepiado com o clipe. A campanha completa será lançada nesta terça-feira, 18 de março.

Criada pela agência AlmapBBDO, a campanha institucional da Rádio Kiss FM, de São Paulo é composta de um clipe com 98 segundos de duração (com versões de 60 e 30 segundos), spot de rádio, mídia impressa e trabalhos digitais. A marca registrada da rádio, lógico, é o rock e o objetivo da campanha é destacar isso, a fidelidade ao ritmo, ao gênero sessentão que fez a cabeça da rapaziada de gerações passadas, mas que não está muito em alta, infelizmente, entre os jovens de hoje em dia. Mas há esperanças!

Eu assisti ao vídeo faz alguns minutinhos e nele é bacana de ver as referências surgindo na tela. Se você prestar atenção direitinho e, claro, for roqueiro, vai encontrar um porta retrato com a capa do disco do U2, outra fotografia com a capa do discaço do Bob DylanThe Freewheelin, outra do bluseiro Robert Johnson no cruxifixo do padre… Mas é quando soa o primeiro solo que os pelinhos arrepiam. Puta Que Pariu! Puxa que bacana! Como alguém pode preferir sertanejo universitário?

No clipe não há diálogo. O enredo trata de um “endorcismo”, que seria o contrário de um “exorcismo” e a ideia é fazer o espírito do rock’n’roll voltar ao corpo de um rapaz, possuído por outros “estilos musicais”, se é que dá para chamar aquelas coisas de música. É engraçado ver o carinha tentando reagir aos solos de rocks clássicos dançando e fazendo as coreografias ridículas dos outros ritmos. Durante a sessão de endorcismo outras imagens de capas de discos e artistas ícones do rock são mostradas rapidamente. Ah, o guitarrista modafóca é a cara do Neil Young.

Tá, escrevi demais… Assiste aí em alto e bom som!!!! Aumenta que isso aí é Rock’nRoll!!!

Ao todo, serão quatro anúncios ilustrados pelo designer americano David Moscati, que desenha, entre outras artes, cartazes de cinema. Foram estes cartazes que inspiraram a mídia impressa. No rádio, um dos spots é o depoimento do rapaz que passou pela sessão de endorcismo. No outro, o “endorcista” discute com as músicas ruins para afastá-las. A campanha digital deve ser lançada em breve. Será interativa e ligada ao filme.

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Here, There and Everywhere – Minha Vida Gravando os Beatles (+ Entrevista com Geoff Emerick)

Livro narra os bastidores das gravações mais lendárias dos Beatles
Livro narra os bastidores das gravações mais lendárias dos Beatles

Lançado nos EUA em 2006 pelo engenheiro de som dos estúdios EMI, Geoff Emerick, com a ajuda do jornalista Howard Massey, Here, There and Everywhere – Minha Vida Gravando os Beatles narra a trajetória de Geoff, desde sua adolescência, quando conseguiu a vaga de estagiário de assistente de engenharia de som no lendário estúdio Abbey Road até os dias atuais. Porém, como o próprio título do livro entrega, é a sua convivência nos estúdios com os quatro rapazes de Liverpool, desde sua primeira gravação, em 1962, até o último álbum da banda, em 1969, a cereja do bolo e a razão de ser das memórias de Geoff no livro.

Aqui no Brasil o livro chegou apenas no final do ano passado, através da editora Novo Século, o livro é mais voltado aos fãs dos Beatles, ou para aqueles interessados em como as gravações funcionavam 50 anos atrás. De forma simples, mas não menos interessante, Geoff conta detalhes técnicos e truques usados nos estúdios de gravação para dar forma as ideias pouco convencionais de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Sempre sob o olhar atento do produtor George Martin, o leitor entra nas estruturas do estúdio e viaja no tempo em que clássicos álbuns como Revolver e Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band foram registrados em míseros quatro canais de gravação.

Geoff em algum momento dos anos 2000
Geoff em algum momento dos anos 2000

Mesmo na correria do dia a dia, eu consegui a proeza de ler o livro em apenas uma semana, tamanha é a sede de saber mais e mais sobre as gravações contadas de maneira atraente pelo autor. Confesso que, após concluir a leitura, eu fui ouvir várias das músicas gravadas por Geoff, com fones de ouvido, para prestar atenção nos detalhes, nas minúcias, nos truques e “erros” abordados de forma apaixonada pelo engenheiro de som. Faça a experiência. Confesso que você jamais ouvirá A Day In The Life ou Tomorrow Never Knows, da mesma maneira que antes.

Geoff, por amar tanto a música é capaz de enxergar cores quando a ouve, por isso, diz que pinta quadros com as canções. Por seu amor e dedicação sabemos como um pedido inusitado de Lennon como, “faça minha voz soar como o Dalai Lama cantando no alto de uma montanha”, para Tomorrow Never Knows, tomou forma em 1966, na gravação do disco Revolver, usando os parcos recursos que mesmo um grandioso estúdio, como o da EMI (que só viria a ser chamado de Abbey Road após o lançamento do disco dos Beatles com o mesmo nome), oferecia na época.

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Ringo Starr entrega ao engenheiro de som, Geoff Emerick, o Grammy de “Melhor Engenharia de Gravação” para Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, enquanto o produtor George Martin apenas observa (Mar/1968)

Além de narrar os bastidores das gravações de vários clássicos dos Beatles, Geoff também nos brinda com particularidades sobre as personalidades de cada um dos integrantes no estúdio, durante as várias fases da carreira do grupo. O engenheiro de som, cargo que conquistou aos 19 anos, às vésperas da gravação de Revolver, nos mostra desde a época em que os Beatles eram vistos com desconfiança pelos funcionários da EMI em 1962, os dias de glória e inovações nos estúdios – quando os quatro músicos resolvem parar de excursionar e se dedicar apenas às gravações a partir de Revolver – a fase “pesada” do registro do Álbum Branco, até a despedida com Abbey Road, quando nunca mais os quatro se reuniram para qualquer outra atividade musical.

Muito já se escreveu sobre os Beatles, alguns livros são muito bons, outros apenas caça níqueis. Minha avaliação sobre se vale a pena ler Here, There and Everywhere – Minha Vida Gravando os Beatles, é SIM. Geoff nasceu para ser engenheiro de som, mais que isso, ele nasceu para gravar os Beatles. Por ser testemunha ocular da história musical dos Fab Four, Geoff nos apresenta um relato diferenciado, uma nova visão da banda, ao contrário do maciçamente abordado em tantas outras que existem por aí.

Parabéns para editora Novo Século em trazer este livro para o Brasil. Antes tarde do que nunca.
Boa leitura! 😉

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Top 10 – Discos de Vinil Nacionais

Cresci na transição do analógico para o digital e considero isso uma questão muito positiva. Ao mesmo tempo em que aprecio as maravilhas desse mundo novo que a Internet nos proporciona, onde entro em  contato com uma gama de informações que jamais poderia sonhar nos idos de 1980, por exemplo, aprendi também o valor de se apreciar música de qualidade, com calma. Sou da época dos discos de vinil (pré-MP3), onde um álbum era sorvido faixa a faixa, os dois lados do disco. Lia todo o encarte com a ficha técnica, as letras, os compositores. Hoje tudo é muito corrido e dificilmente me sobra tempo para esse “antigo” ritual, mas sempre que possível ouço um álbum na íntegra, como nos velhos tempos. Dito isto, selecionei 10 discos nacionais que me influenciaram e ajudaram a moldar o que sou hoje. Abaixo estão os MEUS melhores discos (nacionais e internacionais) e que, se eu fosse você, não deixaria de ouvir.

Roberto Carlos em Ritmo de Aventura - Pitadas do Sal
Roberto Carlos em Ritmo de Aventura – 1967

Trilha sonora do filme homônimo, estrelado por Roberto Carlos, esse disco fez parte da minha formação musical, na década de 1970, junto a outros discos do Rei. Esse marcou pela qualidade das músicas, o ritmo das canções e, claro, por remeter as cenas do filme, “inspirado” em Os Reis do Iê-Iê-Iê e Help!, dos Beatles. Roberto Carlos em Ritmo de Aventura contém os clássicos “Como é Grande o Meu Amor Por Você“, “Eu Sou Terrível“, “Quando“, “Por Isso Corro Demais” e “Você Não Serve Pra Mim“.

A Arte de Caetano Veloso - Pitadas do Sal
A Arte de Caetano Veloso (Coetânea) – 1975

Essa coletânea de Caetano Veloso, lançado em meados da década de 1970, foi inserida em meu lar, ao lado de uma coletânea no mesmo estilo de Gilberto Gil, por meu pai. Ao lado dos discos do Roberto Carlos, essa coletânea rodou muitas vezes na agulha da minha vitrola portátil da Philips, presente de aniversário de minha mãe. Lembro que ouvia e me identificava mais com as canções de Caetano Veloso, que as do Gil. Com essa coletânea dupla tomei contato, conscientemente, com clássicos como “London, London“, “Alegria, Alegria“, “Tropicália“, “Baby“, “Não Identificado“, entre outros…

As Aventuras da Blitz - 1982
As Aventuras da Blitz – 1982

Ouvi “Você Não Soube Me Amar” pela primeira vez no verão de 1982, em um radinho de pilha de um colega que morava em frente a minha casa, no subúrbio do Rio de Janeiro. Passava das 18 horas e lembro que fui contagiado com algo diferente. Poucas vezes eu me emocionei tanto com uma música nova. “Eu tinha 12 anos e ainda me lembro do dia…”. Algumas semanas depois eu ganhei o compacto com a icônica canção, brinde de uma promoção do shampoo Wella Seleção. Quando finalmente o primeiro LP da Blitz foi lançado, no segundo semestre do ano, meu pai me presenteou, comprando-o na extinta Mesbla. Recordo com muita clareza a primeira audição. “Salve, salve senhoras e senhores e rapaziada em geral (aumentem o som)…”, eram os primeiro versos da música de abertura, “Blitz Cabeluda“. Perdi as contas de quantas vezes ouvi o disco naquela semana. Esse, sem dúvida, foi o disco mais influente em minha vida. Posso afirmar com certeza que por conta dele, e da própria banda, lógico, eu “aprendi” a tocar gaita, estudei teatro no O Tablado, tive algumas bandas pelo Rio e fora dele e passei a “aperfeiçoar” meu gosto musical com o som produzido pelas bandas dos anos 1980 e os artistas que as influenciaram. Sem contar que esse álbum foi responsável pela “abertura” das portas das gravadoras para vários outros artistas que vieram na cola da Blitz, como Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e Barão Vermelho.  Um marco.

Cenas de Cinema - Pitadas do Sal
Lobão – Cenas de Cinema – 1982

Logo após gravar o primeiro LP da Blitz como baterista, Lobão nem esperou o lançamento do disco e tratou de correr atrás de seu próprio álbum solo, já gravado previamente com a colaboração de luxuosos amigos como Lulu Santos, Ricardo Barreto, Marcelo Sussekind, Marina Lima e Ritchie. A música que dá nome ao disco, “Cena de Cinema” e  “Doce da Vida” tocaram razoavelmente bem na Rádio Fluminense, mas o disco vendeu próximo de 6 mil cópias apenas, saindo em seguida de catálogo. Cena de Cinema é um clássico para mim e um dos discos mais subestimados dos anos 1980. O vinil, assim como a edição em CD lançada em 1991, são raridades. O primeiro mais do que o segundo. Eu tenho os dois. 😉

Barão Vermelho 1982 - Pitadas do Sal
Barão Vermelho – 1982

Batizado simplesmente como Barão Vermelho, o primeiro LP da banda é o meu preferido nacional, “ever”. Rock puro, urgente, com letras inteligentes (hoje consideradas obras-primas). Eu escrevi um post especial para esse disco, que você pode ler clicando aqui.

Vôoa de Coração - Pitadas do Sal
Ritchie – Vôo de Coração – 1983

Vôo de Coração é o nome do primeiro álbum do músico inglês, Ritchie. Lançado em 1983, o disco fez enorme sucesso, com mais de 700 mil cópias vendidas e desbancou o próprio Roberto Carlos das paradas de sucesso daquele ano.O álbum possui os sucessos “Menina Veneno“, “Casanova“, “Pelo Interfone” e “A Vida Tem Dessas Coisas“. Foi gravado com a colaboração de vários amigos do cantor, como Lulu Santos, Lobão, Liminha e Steve Hackett (ex-Genesis). Hoje o disco parece soar datado, já ouvi algumas pessoas que taxam o disco de brega. Nada disso. Na época de seu lançamento, o LP possuía um som moderno, rico, bem produzido e muito bem arranjado. Um disco bem resolvido. Outro clássico subestimado dos anos 1980.

RPM - Revoluções Por Minuto - 1985
RPM – Revoluções Por Minuto – 1985

O pop rock nacional nos anos 1980 pode ser dividido pós e pré RPM. A banda liderada por Paulo Ricardo, principal compositor do grupo, ao lado do tecladista Luiz Schiavon, rompeu várias barreiras no cenário musical brasileiro, não só em vendagens, ultrapassando a marca do milhão de cópias vendidas, mas também na produção e divulgação de um artista. Os shows do RPM se tornaram verdadeiros espetáculos, regados a laser e iluminação comandada por Ney Matogrosso, que também assinava a produção. O primeiro LP, Revoluções por Minuto, traz tudo o que o RPM representou na música brasileira, na segunda metade dos anos 1980. “Louras Geladas“, “Rádio Pirata“, “A Cruz e a Espada“, “Olhar 43“, está tudo lá. O disco figura na lista dos 100 maiores discos da música brasileira, compilada pela revista Rolling Stones Brasil.

Titãs - Cabeça Dinossauro - 1986
Titãs – Cabeça Dinossauro – 1986

Divisor de águas na carreira do grupo Titãs, Cabeça Dinossauro é um dos melhores discos de rock nacional já lançado. O grupo (mais new-wave nos dois primeiros discos) buscava uma sonoridade própria, única, pesada. Temas como religião, polícia e família ganham registros em forma de punk-rock, funk e reggae. Das 13 faixas do álbum, 11 foram executadas nas rádios, incluindo a censurada “Bichos Escrotos“, com os versos “vão se fuder”. Faz parte desse disco os clássicos dos Titãs: AA-UU; Igreja; Polícia; Estado Violência; Família; Homem Primata e O Quê.

Legião Urbana - Dois
Legião Urbana – Dois – 1986

Contrário a sonoridade pesada do disco dos Titãs, Cabeça Dinossauro, lançado um mês antes, o segundo disco da Legião Urbana mostra um amadurecimento na sonoridade do grupo e uma mudança tão grande, comparado ao disco de estreia da banda, que o lançamento por si só poderia ser considerado arriscado. Mas o que se ouve nas 12 faixas lançadas por Renato Russo, Renato Rocha, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá é uma canção mais bacana que a outra e a mudança não causou estranheza nos fãs do grupo, tanto que “Dois” vendeu mais que o primeiro álbum. O disco vendeu 1,2 milhões de cópias a época de seu lançamento, alavancando a Legião Urbana para a estratosfera do rock nacional e transformando Renato Russo em “guru” para muitos (não é o meu caso). Clássicos como “Tempo Perdido“; “Quase Sem Querer“; “Índios” e “Eduardo e Mônica” tocaram exaustivamente nas rádios de todo País e são considerados os grandes clássicos da banda, ainda hoje.

A Revolta dos Dandis - Pitadas do Sal
Engenheiros do Hawaii – A Revolta dos Dandis – 1987

O segundo disco dos gaúchos dos Engenheiros do Hawaii, também marca uma mudança na sonoridade da banda, além da mudança na formação do primeiro disco, o Longe Demais das Capitais. Sai Marcelo Pitz, baixista com influência de reggae e ska, som que caracteriza o LP inicial do grupo e entra o guitarrista Augusto Licks, que era da banda de outro gaúcho, o músico Nei Lisboa. Humberto Gessinger, líder e principal compositor assume o baixo e elementos no som da banda evoca alguns dos seus ídolos, como Rush e Pink Floyd, além da estética existencialista das letras de Gessinger, influenciado por Sartre e Camus. A primeira audição, comparado com o que rolava na época, do segundo disco dos Engenheiros não é fácil, e isso foi o que mais me atraiu nele, pois fugia do senso comum das bandas da segunda metade dos anos 1980. Mais lírico, acústico e introspectivo, “A Revolta dos Dândis” nos apresenta canções como “Terra de Gigantes”, a épica “Infinita Highway”, “Refrão de Bolero”; “Vozes” e a canção que viria a batizar o primeiro fã-clube da banda, “Além-dos-Outdoors”, fundado por mim e meus amigos de adolescência Egon, Beto e Kiko.

Foi no lançamento desse disco, em fev/mar de 1988, que eu realizei um sonho de garoto, subir no palco com uma banda e encarar uma platéia. No auge dos meus 17 anos, eu acompanhei o power trio no palco do Teatro Ipanema, no RJ, tocando gaita, em A Revolta dos Dândis II, quarta música do set list do show. O fato rendeu até uma citação na crítica da revista Bizz, assinada pela jornalista Sônia Maia… o resto é história. =)

Kurt Cobain terá biografia em quadrinhos lançada em abril nos EUA

Biografia de Kurt Cobain
Biografia de Kurt Cobain

Uma notícia bem bacana que une duas paixões que tenho, música e quadrinhos. Acabei de ler apouco na Internet que o vocalista/guitarrista/compositor do Nirvana, Kurt Cobain, “ganhou” uma biografia no final de 2013, em formato HQ.

Escrita por Danilo Deninotti e desenhada por Toni Bruno, Kurt Cobain: When I Was An Alien, sem previsão de lançamento no Brasil, foi publicada na Itália, pela editora Edizioni BD e mostra a infância e a juventude de Cobain. Em abril a edição deve ganhar uma versão americana, através da editora One Peace Book, terá 100 páginas e chegará às comic shops americanas ao preço de US$14.

Sinopse: “Enquanto crescia, Kurt Cobain acreditava que era um alienígena e que seus pais não eram seus pais de verdade. Ele achava que seria resgatado por sua raça original mais cedo ou mais tarde, ou pelo menos conheceria outros como ele. Eventualmente, Kurt conheceu garotos que pensavam da mesma maneira e criou o Nirvana, a banda que “mudou” o mundo da música para sempre. Criada por dois novos quadrinistas italianos, esta graphic novel de não-ficção acompanha o crescimento de Kurt Cobain, de sua infância à fama mundial que veio com o lançamento de Nevermind, mostrando como a vida suburbana pode ser dura para um adolescente e como a música e a amizade ajudam a preencher esse vazio, especialmente quando alguém se sente diferente. Sozinho.”

 – Imagens e sinopse divulgado pela Bleeding Cool –

50 anos de Beatlemania para o mundo!

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Hoje, dia 7 de fevereiro, faz 50 anos da primeira visita dos Beatles aos EUA. Os quatro garotos de Liverpool foram recebidos no aeroporto John F. Kennedy por mais de três mil histéricas fãs que disputavam o melhor ângulo afim de deslumbrarem John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. Dois dias depois foi a vez de nada mais nada menos que 74 milhões de espectadores americanos e outros tantos milhões no Canadá, assistir a, hoje histórica, apresentação do grupo no The Ed Sullivan Show. O início da Beatlemania para o mundo.

Eu, como fã, não fanático, pelos Beatles, poderia discorrer várias linhas sobre o feito e o impacto para a música e para o mundo, mas prefiro apenas deixar registrado aqui meu carinho pelo que os Fab4 fizeram pela arte.  Vale lembrar porém, que uma série de eventos estão programados, aqui no Brasil e pelo resto do mundo para celebrar essa data. Inclusive relançamento de álbuns da banda – uma nova coleção de 13 álbuns – de “Meet The Beatles” (1964) até “Hey Jude” (1970) – será lançada em 21 de janeiro pela Apple Corps Ltd. em parceria com a  Capitol Records, além de um provável encontro entre os dois integrantes remanescentes do quarteto, McCartney e Starr.

 

 

I’m Not There (Não Estou Lá) – Bob Dylan

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Gosto muito do Bob Dylan. Aprendi a apreciar sua música, antes mesmo de compreender suas letras, na minha infância e adolescência, com meus primos Beto e Nelson. Mais tarde, mesmo sem dominar o inglês, buscava traduzir suas canções (o que com a Internet ficou ainda mais fácil) para absorver suas mensagens. Afinal, estou falando de um dos maiores letristas do século XX. Não me tornei um expert como meu amigo Márcio Grings ou meu outro brother Zé Alfredo, mas…

Pois bem, para compreender melhor a obra do bardo americano, existe um filme genial chama I’m Not There (aqui no Brasil foi batizado com o título em português “Não Estou Lá”). Não é nenhum lançamento, o longa é de 2007, mas vale o resgate para quem não conhece ou mesmo para rever.

I´m Not There é dirigido por Todd Haynes e conta um pouco da persona de Mr. Robert Allen Zimmerman, um ícone da cultura pop que ganhou o mundo nos idos dos anos 1960 e influenciou toda uma geração de jovens ansiosos em mudar o planeta. Foi em 1962 que Zimmermam, na época, surgiu como Bob Dylan.

Mas não pense que a película é uma biografia convencional sobre o cantor. Nada disso. Bob Dylan e sua obra, se pudessem ser descritos em uma única palavra, seria plural. Por isso mesmo o diretor do filme baseia-se nas lendas por trás do mito para nos trazer os fatos marcantes na vida de Dylan. Seis atores distintos foram escalados para dar vida as diferentes fases do cantor e compositor autor de Blowin’ In The Wind e Like a Rolling Stone. Cate Blanchet, Marcus Carl Franklin, Ben Whishaw, Christian Bale, Heath Ledger e Richard Gere. Palmas para o diretor, pois esta decisão foi acertadíssima. Dylan, apesar de negar, viveu os vários “Dylans” de sua conturbada personalidade.

Cate Blanchett como Dylan
Cate Blanchet como Dylan

Elogiado por público e crítica o filme I´m Not There merece o destaque da interpretação de Cate Blanchet que ganhou o prêmio Copa Volpi de melhor atriz, no festival de Veneza de 2006. No filme ela está morena, de óculos escuros e cabelos cacheados. A cara do Bob Dylan dos anos 1960.

O bacana também é que Bob Dylan autorizou a inclusão de suas canções originais no filme, dando um charme a mais na produção do longa metragem, que por si só já está caprichadíssima. Então se você gosta de Dylan, de cinema e boa música… Não deixe de conferir. Continuar lendo “I’m Not There (Não Estou Lá) – Bob Dylan”

1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer

O livro 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer (1001 albums you must hear before you die), de Robert Dimery, vale a compra e lugar de destaque na estante, pois apresenta uma rica seleção de álbuns clássicos dos anos 1950 para cá (aqui no Brasil lembro de ter visto umas três reedições com atualização do catálogo). O forte é o bom e velho Rock’n’Roll, com todas as suas vertentes, mas também há menções ao Jazz, ao Blues, ao Soul e ao Hip-Hop.

São 90 jornalistas e críticos musicais internacionalmente reconhecidos que resenham os 1001 discos em questão. Ricamente ilustrado, a obra é referência básica ao apreciador de boa música que não se contenta só em ouví-la, mas necessita contextualizá-la. Há curiosidades sobre as gravações, dados biográficos do artista mencionado, detalhes dos bastidores da produção. Tudo muito bem escrito, num texto rápido, preciso e gostoso de ler.

Em 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer, você encontra seus artistas e grupos favoritos e descobre/conhece dezenas de outros de relevância da música. Astros e Estrelas que fazem a cabeça das gerações de jovens dos 8 aos 180 anos.

Pode ser que um disco seu preferido não esteja listado no livro/guia, as chances disso ocorrer são pequenas, mas existem. Afinal, listas de “melhor” alguma coisa são sempre questionáveis, mas o trabalho do autor foi feito com esmero e você encontrará os álbuns clássicos de Elvis Presley, Bob Dylan, Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, U2, além dos clássicos absolutos, como Thriller, de Michael Jackson, ou Nevermind, do Nirvana. Sem contar com Baby One More Time, da Britney Spears. Ou você acha, mesmo não gostando, que esse álbum não causou impacto na indústria fonográfica quando foi lançado?

Ah! Os brasileiros também marcam presença com Elis Regina, Caetano Veloso, Chico Buarque, Mutantes e Sepultura. Afinal, nós fazemos música da melhor qualidade e merecemos constar em qualquer compilação desse porte.

Uma dica: Blog com 1001 clipes para assistir antes de morrer

A coleção 1001 “coisas” pra antes de morrer inclui uma série de temas. Música, filmes, vídeogame, vinhos, comidas, lugares… é só dar uma conferida nas livrarias.

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Low – O Exílio Voluntário de David Bowie

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Capa do disco Low

Não lembro quando foi que comecei a ouvir David Bowie a sério. Sei que foi tardiamente, perto dos 30 anos. Antes, só conhecia o que havia tocado nas rádios, na década de 1980. O camaleão Bowie me era familiar pelo clipe de Dancing in the Street, ao lado de Mick Jagger e do filme Labirinto, que não assisti, mas bombou na década mais pop da música ocidental. Mas foi movido pela curiosidade que fui vasculhar a discografia do cara. Ouvia dos mestres do assunto que os álbuns de 1970 é que eram o bicho. Então, fui garimpar.

Para os iniciados no rock o ano de 1977 é incontestável como o ano do punk, data fundamental para a história do ritmo e o louro de olhos bicolores já pressentia, quatro anos antes dessa subversão rítmica, os sintomas da estagnação por qual passava a música nessa década. Foi aí que ele trocou a Inglaterra, onde reinava absoluto, pela América.

David Bowiw Eyes olhos - Pitadas do Sal

O cara chegou chutando o pau da barraca e em entrevistas que concedia nos Estados Unidos, chamava o rock de “música de gente burra”. Radical ou marqueteiro tentando chamar os holofotes americanos em sua direção? O fato é que ele anunciou sua inclusão à carreira de ator e a soul music “plastificada” dos sul dos EUA. Resultado? O álbum foi um dos precursores da discothèque.

Nos dois anos em que viveu em solo americano, antes de se isolar em Berlim, faturou um Grammy com Fame (parceria com John Lennon) e protagonizou o filme O Homem que Caiu na Terra. Ah, também gravou o álbum Station to Station, o qual o crítico Allan Jones, do Melody Maker, avaliou como “o mais revolucionário da década”. Pra mim, não foi.

Isso tudo eu quis contar para chegar no grande clássico do cara e que não pode faltar em sua coleção. O que eu considero revolucionário mesmo é o álbum de 1977, batizado Low, cuja capa é uma foto do filme que ele fez nos EUA e alude o tema central das poucas e curtas letras do disco.

O álbum gira em torno do tema que remete ao exílio voluntário à capital alemã. “Azul, elétrico azul/ é a cor do quarto onde vou viver/ venezianas fechadas o dia todo/ nada para ler, nada para dizer/ vou me sentar e esperar pelo dom de som e visão” (em “Sound and Vision”).

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Low é um dos discos mais influentes do rock e contou com a colaboração de outro mestre, Brian Eno (tecladista, ex-Roxy Music), dando início a trilogia de Berlin de Bowie (Heroes e Lodger completam a tríade, todos em colaboração com Eno).

Mas é em Low que Bowie inicia seu flerte com o rock alemão e incorpora a eletrônica na música de forma quase obsessiva. Eno, famoso pelo uso de sintetizadores em seus trabalhos, com seu domínio criativo da parafernália dos estúdios de gravação, deixa o velho camaleão fascinado.

Na época, Bowie declarou sobre as faixas instrumentais do lado B do álbum: “Essas músicas são mais uma observação, em termos musicais, de como eu via o Bloco Oriental. Era algo que não podia expressar em palavras. O que precisava era de texturas, e de todas as pessoas que eu já ouvi compor texturas, as de Brian Eno eram as que mais me agradavam”.

Não deu outra. As texturas sonoras criadas para Low foram chupadas por uma série de artistas e acabou virando gênero musical, chamado cold wave (espécie de tecnopop mais cerebral ou meditativo e desacelerado). Bowie abriu a torneira da fonte que outra lenda do rock, o Joy Division, iria beber no clássico Closer, lançado em 1980. Vale dizer que antes de se chamar Joy Division, o grupo atendia por Warsaw – extraído de “Warzawa”, faixa que abre o lado B de Low.

 


Se você conhece, que tal ouvir de novo? Se nunca ouviu, o que está esperando?

The Doors (1967) – Rompendo o stablishment do rock

Primeiro registro do The Doors em estúdio
Primeiro registro do The Doors em estúdio

Gravado em míseros quatro canais, assim como o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles e lançado no mesmo ano, o álbum de estréia do grupo californiano The Doors foi diferente de tudo que já se tinha ouvido no rock. E é muito bom. 

O registro do álbum aconteceu  em agosto de 1966, com lançamento na primeira semana de 1967, o disco foi batizado com o mesmo nome do grupo, “The Doors” e a foto de capa soturna destacava o vocalista James Douglas Morrison, com o restante da banda em segundo plano. Um pecado, já que foi a unidade do quarteto complementado por Ray Manzarek (teclados); Robby Krieger (guitarra) e John Desmore (bateria) que dava o som característico e único do The Doors.

Utilizando elementos do blues, jazz e até flamenco e “bossa-nova”, o primeiro disco do The Doors é tão pungente e possui tanta qualidade em suas canções, que pode soar como uma coletânea dos maiores sucessos da banda aos mais desavisados. Ali estão contidos clássicos como Break on Through (To the Other Side), Light My Fire, Back Door Man, Crystal Ship e a épica The End, só para ficarmos nas mais óbvias.

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Seleção de músicas do primeiro disco do The Doors é tão boa que parece coletânea de hits

Gravado em poucos dias, com muitas músicas sendo registradas para a posteridade em um único take, The Doors, o disco, teve como primeiro single o clássico “Morrisiano” Break On Throuh e sua batida “bossa nova” acelerada. Foi idéia do batera, Desmore, dar esse molho latino a canção de Jim Morrison que exultava romper para o outro lado. Para a promoção do singe, ele mesmo e Manzarek, amigos do curso de cinema que faziam na Universidade da Califórnia (UCLA), dirigiram o filme, um dos precursores dos videoclipes.

Mas foi uma canção composta por Krieger e depois elaborada em inúmeros ensaios e shows antes do registro definitivo no álbum, que se tornou a canção do verão de 1967. Light My Fire incendiou o mundo e colocou o The Doors, ao lado dos Grateful Dead e os Jefferson Airplane, como ícones da contracultura da América.

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Outdoor de divulgação promovido pela Elektra, gravadora do The Doors

Seja por suas performances bombásticas, pela interpretação passional nas canções ou pela curta e profícua carreira do grupo, esse cartão de apresentação da banda, o primeiro disco é item necessário na coleção de qualquer aspirante a roqueiro.

Barão Vermelho: O Primeiro a gente nunca esquece

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“Pouco importa o que essa gente vá falar mal, falem mal. Eu já to pra lá de rouco, louco total… Eu sou o teu amor entenda. Você precisa descobrir o que está perdendo. É, o que está perdendo!”. Assim o Barão Vermelho estreava em 1982, no primeiro álbum do grupo, batizado simplesmente como “Barão Vermelho”.

Vivendo ainda sob o regime da ditadura, um período mais “brando”, com o general João Figueiredo no poder, a juventude brasileira não se identificava muito com o que rolava no dial. Bastou uma cena carioca, uma rádio e um local de shows para impulsionar as bandas que já existiam. Pronto, estava dado o pontapé inicial no que foi considerado o “boom” do Rock Brasil, com Blitz, Lulu Santos e Barão Vermelho abrindo as portas.

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Gravado em dois finais de semana e lançado pela Som Livre em 27 de setembro, o primeiro álbum do Barão é o disco mais cru, visceral e genial do rock brasileiro. Seu som de garagem, gravado com urgência e pujança, foi mal registrado nos estúdios da gravadora, é verdade, o som é abafado e chapado, pois a mixagem não prezou pela qualidade, mas esse fato é menor ante a qualidade de suas canções. Letra e Música combinavam perfeitamente, com o punch stoneano que era evidente no som da molecada na faixa dos seus 18 anos. Guto Goffi, Maurício Barros, Dé Palmeira e Roberto Frejat possuíam o feeling das músicas, do rock travesso e Cazuza, o principal letrista e vocalista, se encaixava como uma luva com sua poesia e escracho.

Misturando Dolores Duran e Cartola, com Rolling Stones e Bob Dylan, blues, rhythm blues, rock e MPB fazem a fusão do caldeirão do Barão e faz com que o disco traga tantos petardos reunidos que fica difícil imaginar que uma garotada pudesse produzir som tão maduro. Sob a supervisão do saudoso Ezequiel Neves e Guto Graça Mello, “Down em Mim”, “Ponto Fraco”,” Billy Negão”, “Conto de Fadas”, “Bilhetinho Azul” e a clássica “Todo Amor que Houver Nessa Vida”, entre outras, não foram totalmente compreendidas, na época, pela galera que estava ouvindo “A vida melhor no futuro”, do Lulu, ou o “Chope com batata-frita” da Blitz e vendeu muito pouco, mas o tempo se encarregou de colocar o álbum e suas canções para a história.

A partir deste disco o Barão Vermelho deixou sua marca na história do rock brasileiro, sendo, ao lado de Titãs, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana, uma das mais influentes bandas brasileiras. O disco completou três décadas em 2012 e foi remixado pelos Barões remanescente para um lançamento comemorativo. Esse não pode faltar na sua coleção!

Guitarrista do Barão lança segundo solo instrumental com rock na veia

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Em meio a lançamentos de discos nacionais de qualidade questionável, um disco de Rock, no que de melhor o termo representa, vem bem a calhar. Quando esse disco se mantém fiel ao básico, ao Rock direto, certeiro, sem firúlas, mas com amor ao ritmo transbordando em cada acorde, a novidade é mais que bem vinda. Dessa forma, o novo trabalho solo do guitarrista e compositor Fernando Magalhães, Rock It! é um bálsamo para os ouvidos tanto dos puristas, quanto para os simples amantes do gênero.

Lançado digitalmente pela Agência Digital e recém editado em CD pelo selo Toca Discos, Rock It! é a segunda incursão de Fernando em mostrar ao público um trabalho inteiramente instrumental (seu solo de estreia foi em 2007).

As 10 faixas do disco foram compostas por Fernando e pelo ex-Herva Doce, Roberto Lly, que também produziu o disco. “O Roberto é um músico de extremo talento. Como produtor, é um cara que resolve as coisas, não é de ficar dando voltas: você sugere algo e ele prontamente tenta executar, geralmente melhor do você imaginou. É um mestre do estúdio, com um bom gosto impecável. Além de tudo isto, é um ser humano maravilhoso, um grande amigo e companheiro. Fico muito honrado dele estar comigo nos dois CDs”, comemora Fernando.

Sobre o fato de ser um disco de rock instrumental, Fernando sabe que o mercado brasileiro não é tão afeito a esse nicho, mas que há um público fiel e é essa demanda que Rock It! veio suprir. “A música instrumental no Brasil tem o seu foco em festivais de Jazz e Blues, acontece em lugares específicos, para apreciadores deste gênero musical. Agora, o Rock instrumental, até para estes poucos espaços, às vezes é visto com certa estranheza. É um tipo de música para os fãs de rock, que não tem vínculo com o que faz sucesso nas paradas. Acho que é este público alvo que tem que ser alcançado, por meio da internet, imprensa especializada e rádios rock sérias. É um público grande e muito fiel, apesar de não tão aparente como o de uma banda de pop/rock.

Para a gravação de Rock It”, Fernando foi buscar inspiração na fonte primordial do rock, como AC/DC, Rolling Stones, The Who, Tuti Frutti e rock clássico em geral. “Por curiosidade, sempre gostei de bandas, nunca fui muito de comprar e ouvir discos solo de guitarristas, mas é claro que adoro vários, como Jeff Beck, Robin Trower, Joe Satriani“, destaca o guitarrista que iniciou no instrumento no final da década de 1970. Dessa época, até 1985, Fernando tocou e compôs com várias bandas de amigos, até ingressar no Barão Vermelho, onde ajudou a moldar o som do grupo carioca.

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Fernando se inspira no rock clássico para compor seus sons

“Guitarras fazem o papel dos vocais”

Para o repertório do novo álbum, o guitarrista e compositor Fernando Magalhães lembra que as canções passeiam por ” variações e moods distintos: da aceleração da faixa título à suavidade de Olhando o Céu e Anos Luz“, explica. “Se você toca Jazz, Blues, Fusion, as pessoas compreendem mais o termo “instrumental”, mas com o Rock, parece haver um certo estranhamento. Eu abri dois shows do Joe Satriani, no Rio e em Sampa, e fui super bem recebido, o público ficou bem atento e interessado. Existe um público para o rock instrumental e quando ele gosta do que ouve, se torna fiel aos artistas”, acredita Fernando.

No estúdio, a parceria Fernando e Roberto Lly contou com os luxuosos auxílios de músicos e amigos com os quais tem muita afinidade: Pedro Strasser (baterista do Blues Etílicos), Sergio Villarim (teclados), que já haviam participado do disco de estreia do guitarrista, além de Sergio Melo (bateria), Kadu Menezes (bateria), Humberto Barros (teclados) e o Barão Mauricio Barros (teclados). Humberto Barros é autor ainda da Ilustração da capa do CD: “Este é um CD dedicado a minha infância e adolescência, no final dos anos 70. Passei esta ideia e o Humberto veio com esta capa linda, que diz tudo”.

Sobre as diferenças que pontuam seus dois solos, Fernando considera o segundo trabalho mais fácil, mais simples, e bem roqueiro. “Não é um disco apenas para os músicos ouvirem e gostarem, e sim para quem gosta de rock. O meu primeiro CD era mais Hard Rock, passeava por improvisações.Rock it! é mais Rock’n’Roll, mais reto, sem tantas mudanças dentro das músicas. Quando falo “fácil”, não estou dizendo que não tenha profundidade, mas sim que ele segue uma linha mais objetiva”, define.

Disco de Rodrigo Santos soa bem aos ouvidos como toda obra pop deve soar

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Motel Maravilha é o nome do quinto disco solo de Rodrigo Santos, cantor, compositor e, para a maioria, o baixista do Barão Vermelho. Porém, já faz seis anos que Rodrigo voa sozinho e aperfeiçoa a cada álbum seu estilo. “Musicaholic”, o músico consegue ainda arranjar espaço em sua agenda para participar de projetos dos amigos, ou mesmo diversificar seu som tocando em outras bandas que também faz parte.

Para dar uma conferida no Motel Maravilha, você pode ouvir as faixas no hotsite do Rodrigo. O trabalho tem participações especiais de músicos como o percussionista Marcos Suzano, parceria com o eterno guitarrista do The Police Andy Summers, além de novas canções com os antigos parceiros George Israel e Mauro Santa Cecília.

No álbum, Rodrigo se preocupou mais com seu lado cantor. É visível, ou melhor, audível a sua evolução como intérprete e toca contrabaixo em apenas quatro canções, das 11 canções do disco.

Desde o grupo Front, do qual fazia parte nos anos 1980, Rodrigo vem sedimentando sua estrada na música brasileira. Por suas cordas já passaram sons da Blitz, João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Léo Jaime, Lobão, Os Britos e Midnight Blues Band, além do Barão Vermelho, é claro.

Em suma, Motel Maravilha comprova que, além de ser o excelente baixista do Barão, Rodrigo Santos é um músico excelente e compositor de primeira. A boa música agradece.

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Aproveite para visitar a página oficial do Rodrigo www.rodsantos.com.br

Segue a entrevista que fiz com Rodrigo por e-mail sobre o novo trabalho e sua carreira

Qual o diferencial, se é que há, desse trabalho para os anteriores?
Rodrigo – Na verdade, em Motel Maravilha eu me concentrei em cantar. Depois de decididas as músicas (apresentei 30 para escolher 11, junto com Nilo Romero, produtor do CD), falei para o Nilo como eu queria cada canção que eu tinha apresentado a ele apenas com voz e violão. Ele foi fazendo no estúdio e me mostrando, eu acrescentava coisas, ideias, direcionamentos e chegávamos a conclusões juntos sobre os arranjos. Gravei apenas quatro dos 11 baixos. Nos outros discos, eu gravei praticamente tudo. Diferentemente dos meus outros CDs solo, nesse coloquei um naipe de metais em quatro das 11 faixas, o que deu um caráter mais festeiro ao projeto. Gravei ainda uma parceria internacional, a música “Me Dê Um Dia A Mais”, com letra minha e música de Andy Summers, meu ídolo e guitarrista do The Police. Fizemos 10 músicas juntos, essa entrou em Motel Maravilha. Acho que há uma evolução vocal e de composição e o Nilo acertou a mão. Ele arrebentou, assim como já havia feito nos discos de Cazuza e Moska.

O que você considera como fator preponderante para manter uma carreira atualmente e cativar o público?
Rodrigo – Repertório bacana e desprendimento. Ir para a estrada com um show forte e mostrar seu trabalho para o maior número de pessoas, se arriscar. Conto a minha história no rock nacional através desses shows, das músicas que gravei com Barão, Lobão…  E do meu próprio repertório, que vai aumentando de disco para disco. No show, tenho um lado de entertainer que gosto de exercitar. O resto vem com o tempo. Estive no Rock In Rio 2011 em carreira solo e estarei novamente em 2013, como solista e também com Os Britos. Com o meu trio atual, Os Lenhadores, estamos fazendo uma média de 20 shows por mês, ou seja, o mercado existe, tem que apresentar trabalhos de qualidade.

Muitos artistas estouram no País mas poucos sobrevivem ao segundo álbum. Você chegou ao quinto. Além da qualidade do seu trabalho, que mais você considera como a chave para essa conquista?
Rodrigo – Persistência e criação. Do limão, a gente faz a limonada. Estar antenado com seu público, criar alternativas para chegar até ele, independente da dificuldade e da distância, ou da resposta financeira. Investir no trabalho, persistir, acreditar e o mais importante, realizar. Tirar do papel a boa ideia e  fazer chegar às ruas, aos ouvintes, aos espectadores.

Como é chegar ao quinto disco, em uma época que a indústria fonográfica está tão distante dos seus tempos áureos, como nas décadas de 1970 a 1990?
Rodrigo – O mercado está diferente mesmo, mas as necessidades ainda permanecem as mesmas, apenas trocou de mãos. O objetivo continua sendo fazer o CD chegar ao maior número possível de pessoas, que as canções se tornem conhecidas através de shows, da mídia em geral, portanto, através do trabalho de distribuição e divulgação. Hoje em dia, em 90% dos casos, é o próprio artista, com seus próprios recursos, quem cuida dessas funções – como o CD já não tem o mesmo retorno em vendas, como nas décadas de 80 e 90,  as gravadoras (as poucas que existem) não investem quase nada no marketing dos produtos que lança. O que fiz desde 2007, quando comecei minha carreira solo, foi concentrar as minhas forças na criação, sem me importar em saber como estava o mercado fonográfico, afinal, é preciso criar novas ideias, fazer a roda girar. Inventei shows em cima de uma Kombi, nunca fiquei parado esperando alguém fazer alguma coisa por mim. As redes sociais são importantíssimas nessas horas: eu usei muito a Internet, primeiro com o Orkut, depois Twitter e agora com 3 canais no Facebook.

O que você destacaria do seu trabalho solo, que você jamais conseguiria realizar no Barão?
Rodrigo – Cantar é o principal diferencial, mas acho que o mais importante é que não deixo de curtir ser o baixista do Barão, é uma honra pra mim. Por outro lado, adoro cantar e no Barão já tem um grande cantor, que é o Frejat, então, achei meu jeito de cantar e, principalmente, de entreter as plateias. Fazia isso nos Britos, mas com músicas dos Beatles. Aqui faço com as minhas próprias canções ou com “usucapião” das que gravei nos últimos 30 anos. No meu show canto minha história, seja solo, com Leo Jaime, Miquinhos Amestrados, Kid Abelha, Blitz, Lobão… Sou eu comigo mesmo. E com a presença de dois dos meus amigos e parceiro que representaram cada uma dessas épocas, pré Barão e pós Barão: Kadu Menezes e Fernando Magalhães, com  os quais tenho o power trio Os Lenhadores. A carreira solo também me deu a chance de gravar meus clipes (a música Remédios ganhou clipe com a participação do grande Miéle), fazer projetos com Roberto Menescal, ter cantado com o Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Leoni e muitos outros. Essa á a minha realidade nos últimos seis anos.

O que te inspira a compor?
Rodrigo – O cotidiano, tudo o que acontece ao meu redor, perto de mim ou dentro da minha cabeça, que não para um segundo. E também a vontade de sempre andar para frente. Conversas com meus filhos, com a minha mulher sempre se desdobram em letras, minha história pessoal também. E não paro de compor, todo dia escrevo letras, componho melodias…

Como está o relacionamento com os outros integrantes do Barão e se há algum plano de reunir o grupo novamente para algum trabalho novo?
Rodrigo – Está ótimo! A turnê dos 30 anos foi maravilhosa e curtimos bastante cada show. Foi curta, mas intensa. Vem um documentário pela frente, mas não há previsão de volta.